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Quando se pensa em Paulo Leminski nos meios acadêmicos ou nos círculos mais intelectualizados é comum que ele seja percebido como uma linha de fuga no cenário da literatura paranaense. Afinal, como associar a produção leminskiana à tradição bem letrada que vem desde os simbolistas curitibanos até a Helena Kolody de todos nós? O deboche artístico, o diálogo constante com a imagem, a trajetória do homem à margem das convenções, fazem a produção de Leminski girar como um redemoinho provocativo para a ideia corrente de poesia como uma linguagem dos eleitos. Transformado em ícone da arte curitibana, Leminski extrapola os limites da poesia e traz para o seu universo um dizer próprio sobre o mundo. Nesse dizer, a poesia deixa de ser expressão que separa o homem dos seus iguais e assume um caráter dialógico e democrático, como se Leminski nos dissesse em cada poema que todos nós podemos, se quisermos, tornar-nos poetas! |